A Petrobras deve iniciar ainda esta
semana o resgate da embarcação brasileira que naufragou na Antártica, em
dezembro de 2011, quando transportava 10 mil litros de óleo combustível para a
Estação Antártica Comandante Ferraz, localizada no Continente Antártico. Embora
tenha ocorrido há cerca de dois meses, o acidente só foi divulgado no último
final de semana.
Em nota, a Marinha informou que
assinou um termo de compromisso com a empresa petrolífera brasileira, que já
enviou para o local do acidente o navio de apoio Gulmar Atlantis. A previsão é
que a embarcação chegue ao seu destino na quarta-feira (29), levando a bordo
uma equipe de militares composta por meteorologistas, navegadores,
mergulhadores e médico.
De acordo com a Marinha, a chata
(embarcação cargueira) afundou devido à "mudança repentina das condições
ambientais locais". Imagens feitas com o uso de um veículo submarino operado a
distância indicaram que a embarcação estava a cerca de 40 metros de profundidade
e a cerca de 900 metros
da praia onde fica a base militar e científica. Nenhum vazamento de óleo foi
constatado e a estrutura da embarcação estava preservada.
Para tentar trazer à embarcação à
tona, os mergulhadores irão usar boias infláveis e o guindaste do Gulmar
Atlantis. Perguntada sobre o eventual risco de vazamento do combustível do tipo
anticongelante (gasoil artic), a Marinha informou que "durante a reflutuação
serão empregados todos os recursos necessários para a contenção de poluição
ambiental".
O Brasil é signatário de protocolos
internacionais de preservação ambiental do Continente Antártico, o que amplia a
preocupação da Marinha com um possível vazamento do óleo durante a operação.
A Força destaca "a responsabilidade
do Brasil em honrar os compromissos definidos no Protocolo ao Tratado Antártico
sobre a Proteção do Meio Ambiente, pelo qual os países membros devem tomar as
medidas necessárias para reagir a situações que possam ameaçar o meio ambiente
antártico." Em nota, acrescenta que "com o intuito de mostrar aos demais membros
do tratado o nosso compromisso de bem zelar por aquele continente, a Marinha do
Brasil solicitou o apoio da Petrobras para, em conjunto, realizar a operação de
reflutuação da chata."
O óleo
combustível especial seria usado para abastecer os geradores da base
brasileira, reabastecida anualmente durante o verão antártico, de novembro a
março, por navios da Marinha. A estação abriga pesquisadores brasileiros que
fazem estudos financiados pelo governo brasileiro sobre os efeitos das mudanças
climáticas na Antártica e suas consequências para o planeta, além de pesquisas
sobre a vida marinha e a atmosfera.
Um incêndio na madrugada do último
sábado (25) destruiu, segundo a própria Marinha, cerca de 70% das instalações da base brasileira, comprometendo
40% do Programa Antártico Brasileiro, matando dois militares e
ferindo um terceiro.
Fonte: Agência
Brasil