O Mercosul e a
União Europeia (UE) retomarão a partir de hoje suas negociações para um acordo de associação política
e comercial, informou no sábado o governo da Argentina, que preside o bloco
sul-americano neste semestre.
A 24ª Reunião
do Comitê de Negociações Birregionais será realizada em Bruxelas entre hoje e
sexta-feira, indicou a chancelaria em comunicado.
A delegação
argentina será liderada pela secretária de Relações Econômicas Internacionais, Cecilia Nahón, e está
previsto que na quinta e na sexta-feira se some ao encontro a ministra de
Indústria do país, Débora Giorgi.
O diálogo
entre a UE e o Mercosul, que procura criar a maior área de livre-comércio do mundo, se iniciou em 1999, mas as
conversas foram congeladas em 2004, antes de serem retomadas em maio de 2010.
Além dos
encontros entre os negociadores, muitos analistas veem junho como data
fundamental para o futuro das negociações, quando os presidentes do Mercosul e
da UE se encontrarão em Santiago, no Chile, por conta da 7ª Cúpula América
Latina-UE.
O acordo que é
discutido inclui um capítulo de diálogo político e outro de cooperação, mas o
ponto central diz respeito ao comércio bilateral.
A negociação
enfrenta questões conflitantes nos campos de comércio de bens agrícolas,
serviços, investimentos, compras públicas,
entre outros.
Enquanto o
Mercosul almeja ampliar seu acesso ao protecionista mercado europeu de produtos
agrícolas, a UE quer uma maior abertura para suas manufaturas e melhores
condições de negócio para suas empresas de serviços com interesses na América
do Sul.
O bloco
sul-americano também reivindica à UE que aceite um tratamento especial e
diferenciado para suas economias menores (Paraguai e Uruguai) e reconheça
certos setores sensíveis do grupo.
Os
negociadores voltarão a se encontrar depois que no final de fevereiro a
Comissão Europeia denunciou a manutenção de barreiras ao comércio nos países do
Mercosul, incluindo as políticas protecionistas e as restrições ao transporte
marítimo e à exportação de matérias-primas por parte do Brasil e da Argentina.
No caso do
Brasil, a maior economia sul-americana, a comissão denunciou a discriminação
fiscal de fabricantes de veículos produzidos no exterior e o endurecimento da
fiscalização alfandegária sobre a importação de produtos têxteis.
Fonte: www.ultimoinstante.com.br