A cesta básica de
Fortaleza, calculada em fevereiro deste ano, registrou queda de 1,76% em
relação a janeiro do mesmo ano, conforme pesquisa nacional do Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A situação foi
motivada pela redução dos preços da carne (2,16%) e tomate (14,93%), de acordo
com informações do Dieese/CE.
Já na comparação anual, os preços mantiveram "equilíbrio", custando R$ 214,23
em fevereiro de 2012 e R$ 213,75 no mesmo mês de 2011. "Hoje a produção de
tomate está maior e estamos no período de engorda do gado. Tomate já vem tendo
uma queda no preço e o clima também favoreceu. Outra coisa é que houve uma
redução das exportações de carne, e isso deixa mais barato o preço", afirma a
técnica do Dieese/CE, Rosilene Cruz.
De acordo com ela, a cesta básica só não está mais barata pelo histórico do
preço do feijão e café. "O feijão teve um aumento ao longo do ano de 72,26% e o
café de 22,67%. Tem a ver com início das chuvas e da colheira também. O feijão
começa a ser colhido mesmo em junho e julho. O aumento do café faz parte da
política de marcado exterior, em que quem determina o valor é o mercado externo
e lá fora está mais caro. E o produtor tem que equiparar o preço tanto
internamente quanto para o exterior", explica Cruz.
Segundo a técnica, Fortaleza tem a 4ª cesta básica mais barata do Brasil, mas
no nordeste é a terceira mais cara. Para ela, houve uma compensação de preços
da cesta básica atual quanto feijão e café tiveram alta e tomate e carne
ficaram mais baratas.
Ediran Teixeira, economista do Dieese/CE, também avalia que apesar do aumento
de alguns produtos, em geral, a cesta básica fica com preço estável. "O que
acontece é que quando você mexe no preço de alguns produtos você passa a
consumir menos e outros mais. E aí há uma compensação".
A pesquisa ainda mostra que ao contrário de janeiro quando apenas duas capitais
apresentaram recuo nos preços, atualmente 12 das 17 cidades pesquisadas,
registraram queda no preço dos itens de primeira necessidade.
As reduções mais expressivas foram vistas em Florianópolis com 5,80% e
Salvador, 4,52%. Apesar de a queda no custo da cesta básica em São Paulo (-3,15%) ter
sido bem maior que a verificada em Porto Alegre (-1,83%).
Fonte: O Povo