O mercado financeiro reduziu nesta segunda-feira suas previsões para o
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e no próximo, conforme o
relatório Focus do Banco Central. O mercado estima que a economia vai crescer
3,20% em 2012 e 4,20% em 2013, ante 3,23% e 4,29%, respectivamente, no
relatório da semana passada.
As projeções para a inflação pouco mudaram em
relação à divulgação anterior. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) deste ano recuou para 5,27%, ante 5,28% no relatório da
semana passada. A meta oficial de inflação é de 4,5%, com margem de tolerância
de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Para 2013, a estimativa do
mercado mantém-se em 5,50 por cento. Para o IPCA em 12 meses, as projeções do relatório
Focus apontam alta de 5,40 por cento, ante 5,41 por cento na semana passada.
A previsão para o corte da taxa Selic na reunião do
Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em 17 e 18 de abril
manteve-se em 0,75%, para 9% ao ano em 2012.
Em seu Relatório Trimestral de Inflação, divulgado
na última quinta-feira, o BC prevê que a inflação ficará em 4,4% neste ano e em
5,2% no ano que vem. No relatório anterior, de dezembro passado, as estimativas
tanto para este quanto para o ano que vem estavam em 4,7%. A divergência entre
as duas projeções reforçou a visão de analistas de que a autoridade monetária
será obrigada a elevar em 2013
a taxa básica de juros para conter pressões de preços.
Os analistas preveem que a Selic terminará 2012 em
9,00% e voltará a subir 0,25 ponto porcentual em março, abril, maio e junho de
2013, quando retornará ao patamar de dois dígitos para encerrar o próximo ano
em 10%.
A taxa de câmbio prevista no relatório Focus para o
fim de 2012 é de 1,77 real por dólar, ante 1,76 real por dólar na semana
passada. Na sexta-feira, o dólar fechou a 1,8262 real para venda, em queda de
0,05%.
Estímulos - No Relatório Trimestral
de Inflação, o BC reconheceu que o Brasil está crescendo abaixo do seu
potencial. O cenário projetado pela autoridade monetária "contempla ritmo
moderado da atividade econômica doméstica no curto prazo, com tendência de
aceleração ao longo deste ano". No ano passado, o PIB cresceu 2,7%, muito
aquém dos 7,50% vistos em 2010.
O governo tem prometido estimular a atividade
econômica a fim de obter uma expansão na casa dos 4% neste ano. O ministro da
Fazenda, Guido Mantega, deve anunciar nesta terça-feira mais um pacote de
medidas para beneficiar o setor industrial, cujo desempenho frustrante vem
freando o crescimento da economia.
Ao apresentar, na última quinta-feira, o resultado
fiscal do governo central em fevereiro - superávit de 5,375 bilhões de reais,
um recorde para o mês -, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin,
afirmou que há "espaço relevante" para desoneração tributária, a fim
de estimular a economia brasileira.
Fonte: Reuters