As principais bolsas da Ásia encerraram o pregão desta terça-feira com a segunda queda
consecutiva, em reflexo ao declínio de investimento estrangeiro direto na China
em março, a quinta baixa seguida.
Este recuo nos investimentos tem por pilar a crise na região europeia,
que torna a economia mais
insegura e os investidores mais cautelosos. A desaceleração de perspectivas
otimistas para a China também influenciou nesta preocupação do mercado.
Além disso, com a elevação dos custos de empréstimos espanhóis para o
nível mais alto deste ano em leilão de dívida, a queda no mercado asiático foi acentuada.
Ao final desta jornada, em Taiwan, o referencial TSEC Weighted Index
caiu 1,86% aos 7.585 pontos; no Japão, o referencial Nikkei 225 da bolsa de
Tóquio desvalorizou 0,06% aos 9.464 pontos; na Índia, o índice BSE Sensex, da
bolsa de Bombai, subiu 1,21% aos 17.357 pontos; Hong Kong, o principal
indicador, o Hang Seng, recuou 0,23% aos 20.562 pontos e na China, o índice SSE Composite, da bolsa de Xangai, perdeu
0,94% aos 2.334 pontos.
Na agenda local, o investimento estrangeiro direto (IED) na China caiu
pelo quinto mês seguido, marcando um recuo de 6,1% em março no comparativo
anual para US$ 11,76 bilhões. No mês anterior, o IED caiu 0,9% e, em janeiro, a
queda foi de 0,3%, informou nesta terça-feira o Ministério do Comércio.
O país asiático recebeu US$ 29,48 bilhões de IED no primeiro trimestre
do ano, um declínio de 2,8% comparado ao mesmo período do ano passado.
Segundo o porta-voz do ministério, Shen Danyang, os fluxos de IED foram
afetados pela campanha do país para conter os preços dos imóveis unido à
especulação. No entanto, ele afirmou que o declínio apresentado ficou em linha
com as políticas adotadas pelo governo.
"Quanto às perspectivas para este ano, acreditamos que a situação
será bastante sombria. Ainda não há solução para a crise da dívida na Europa e
as habilidades das empresas europeias para investir no exterior foram
reduzidas", declarou, acrescentando que a concorrência de outros países em
desenvolvimento aumentou.
Os investimentos da União Europeia caíram 31,2% no primeiro trimestre,
enquanto dos Estados Unidos e Japão subiram 10,1% e 13,2%, respectivamente.
Nos primeiros três meses do ano, a economia da China expandiu 8,1%,
marcando o ritmo mais lento em quase três anos.
A produção industrial do Japão registrou queda de 1,6% em fevereiro,
ante o mês anterior, segundo leitura revisada do Ministério da Economia,
Comércio e Indústria (MEI). Com ajustes sazonais, o indicador ficou em 94,4 no
segundo mês do ano.
A leitura preliminar apontava recuo de 1,2% no mês.
O resultado veio abaixo do esperado pelo mercado, que aguardava avanço
mensal de 1,3%.
O dado de janeiro foi de expansão de 1,9%.
A confiança do consumidor japonês registrou melhora em março, de acordo
com um levantamento do gabinete oficial do governo do país (Cabinet Office).
Segundo a pesquisa divulgada hoje, o indicador ficou em 40,3, ante 39,9
(dado revisado) em
fevereiro. O resultado veio acima do esperado pelos
analistas, de 40,1 (previsão Forex Factory).
Cabe lembrar ainda que leituras abaixo de 50 indicam pessimismo do
consumidor.
Na Europa, o Tesouro Público espanhol colocou nesta terça-feira ? 3,177
bilhões com um juro marginal que quase duplica o que foi aplicado na emissão
anterior destas características e o situa em seu nível mais alto desde dezembro
de 2011.
Dos ? 3,177 bilhões disponibilizados hoje, ? 2,092 bilhões o foram em
letras a um ano, com uma rentabilidade de 2,738%, cerca do dobro da emissão
anterior - de 1,473% e realizada em março. Já o ? 1,085 bilhão restante foi colocado
hoje a um ano e meio, com uma rentabilidade de 3,2 %, superior ao 1,77% da
última emissão.
Com o leilão, o Tesouro Público conseguiu captar ? 60,677 bilhões neste
ano, 43,5% dos ? 139,196 bilhões cujo vencimento deve ser quitado até dezembro,
embora a longo prazo Espanha já tenha captado 47% de suas necessidades de
financiamento para este ano.
Minutos depois da emissão, o prêmio de risco da Espanha, que mede o
diferencial entre o bônus espanhol a dez anos e o alemão do mesmo prazo, caía a
427 pontos básicos, dos 435 - mais altos deste ano - da abertura.
Na próxima quinta-feira, o Tesouro espanhol realizará outra emissão de
dívida, de obrigações com vencimento em 2014 e 2020, com a qual espera captar
entre ? 1,5 e ? 2,5 bilhões.
Fonte: www.ultimoinstante.com.br