A seca que já afeta mais de 2,7 milhões de pessoas na Bahia também traz prejuízos para a
agricultura e a pecuária. A estimativa é que a perda na produção varie de 20% a
40%. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faeb), em 90
dias, as pequenas cidades do interior começarão a sentir sinais de
desabastecimento de carne bovina e o consequente aumento de preço do produto.
A produção de leite já apresenta uma queda
aproximada de um terço, o que representa 1,5 milhão de litros por dia. Com
redução de 60% na produção no setor, as cidades de Itapetinga, Jequié e Itabuna
são as que sentem os maiores efeitos da seca.
A Faeb considera perdida a produção de feijão e
milho que ainda não foi colhida. Em diversos municípios, não houve condições
para plantio. O abastecimento deverá ser feito com os produtos vindos de Minas
Gerais e do Paraná.
O plantio de frutas também está prejudicado, com
exceção da região do Rio São Francisco, onde não há problemas de irrigação. Por
causa da seca, o governo proibiu o uso da água para fins comerciais e liberou
apenas para abastecimento da população. A produção de abacaxi em Itaberaba, por
exemplo, já está com a safra deste ano comprometida e com o plantio para o
próximo ano atrasado.
Além do plantio e criação de gado, a seca afeta os
festejos tradicionais de Santo Antônio, São João e São Pedro. Até o momento, 26
municípios cancelaram suas festas por causa da seca e 21 reduziram as
atividades. A orientação do Tribunal de Contas dos Municípios é para que não
gastem com os festejos juninos mais do que o gasto em anos anteriores para que
as comemorações não prejudiquem as ações de combate à seca.
A estiagem na região deixa 242 municípios em
situação de emergência. A seca é considerada a pior dos últimos 30 anos.
Fonte: Agência Brasil