Um
dia após renovar a mínima do ano e desabar para os 52 mil pontos, a Bolsa de Valores de São Paulo ganhou fôlego
e encerrou a jornada desta quarta-feira, véspera de feriado, em forte alta de
3,19% aos 54.156 pontos. Ao final dos negócios, o giro financeiro foi de R$
6,98 bilhões.
A recuperação do índice, no entanto, reflete apenas um repique técnico
em função das fortes baixas apresentadas em sessões anteriores, explicou o
estrategista da corretora Futura Investimento, Adriano Moreno.
Segundo ele, a movimentação dos investidores com posição vendida em conjunto com a
expectativa para o anúncio de novas medidas de estímulo na Europa e nos Estados
Unidos aqueceu o mercado brasileiro.
"Quando estamos em um momento de queda, com muito pessimismo, os repiques
são fortes, e o otimismo com a possibilidades de novos estímulos à economia
puxam esse repique técnico. Mas essa alta deve ser entendida apenas como uma
correção técnica, pois o cenário ainda é de queda. A tendência ainda é
negativa", explica.
Quanto ao impacto que o teor da ata do Federal Reserve (Fed, banco central dos
EUA) divulgada esta tarde possa ter tido sobre o humor dos investidores, Moreno
afirmou que este foi praticamente nulo, pois a bolsa brasileira manteve a
trajetória durante toda a sessão.
"Os mercados já vinham subindo antes do Livro Bege, e continuaram subindo
depois. O impacto foi quase nulo. O texto foi neutro".
Já para a sessão desta sexta-feira, o estrategista da corretora Futura
Investimentos acredita que o desempenho do Ibovespa será pautado pelo teor do
pronunciamento do presidente do Fed, Ben Bernanke, que falará amanhã após as 11
da manhã.
A expectativa de boa parte do mercado é que seja anunciado um novo pacote de
estímulos para aquecer a economia do país.
Na agenda norte-americana, sem indicadores econômicos nesta jornada, o Federal
Reserve (Fed, banco central dos EUA) identificou expansão moderada na atividade
econômica entre os meses de abril e maio, indicou o Livro Bege divulgado há
pouco.
Entretanto, os membros da autoridade monetária norte-americana destacaram que
as perspectivas econômicas continuam positivas, embora o otimismo esteja
cercado por maior cautela.
Dentre os distritos pesquisados, o nível de atividade em New York, Cleveland,
Atlanta, Chicago , Kansas City, Dallas e San Francisco apresentaram crescimento
em um ritmo moderado, enquanto Richmond, St. Louis, e Minneapolis apresentaram
uma evolução "modesta".
Por outro lado, Boston teve crescimento estável enquanto a Filadélfia registrou
ligeira desaceleração no período.
No Velho Continente, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter a taxa básica
de juros na região em 1%. O anúncio ficou em linha com o previsto pelos
analistas. Em abril, O BCE também manteve a taxa em 1%.
A produção industrial da
Alemanha desacelerou em abril, informou nesta quarta-feira o Ministério da
Economia do país. O índice, que mede a produção da indústria, caiu 2,2% em
abril em relação a março.
O dado veio abaixo do estimado pelo mercado, que esperava baixa de 0,9% na
comparação mensal.
O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro e o da União Europeia (UE)
ficaram estagnados no primeiro trimestre do ano, segundo confirmou nesta
quarta-feira a Eurostat, o escritório de estatística comunitário, após revisar
seus primeiros dados.
Os números desta segunda estimativa - que voltam a ser baseadas em informações
fornecidas pelos países-membros - não mudaram com relação à antecipação
publicada em 15 de maio.
Desta forma, fica confirmado que nos três primeiros meses do ano a economia
europeia beirou a recessão, depois da queda de 0,3% que tanto a zona do euro
como a UE haviam registrado no último trimestre de 2011.
Portugal colocou hoje ? 1,5 bilhão, o montante máximo de sua emissão, em dívida
a seis e doze meses em troca de taxas de juros menores do que na última
ocasião, há cerca de um mês.
O Tesouro luso vendeu ? 500 milhões em títulos a seis meses a 2,65% de juros,
contra 2,93% da última ocasião.
Também vendeu um bilhão de euros em letras a doze meses pelas quais pagou juros
de 3,83%, uma queda de sete centésimos em relação ao leilão anterior.
Fora da agenda econômica, a agência de classificação de riscos Moody's reduziu
nesta quarta-feira para "A3" a nota do Commerzbank, fazendo o mesmo
como outros sete bancos alemães.
A agência tomou essa decisão devido aos riscos que provêm dos países envolvidos
na crise da dívida e dos bancos desses países.
Os bancos alemães, segundo a Moody's, não podem manter-se completamente à
margem desses riscos e têm capacidade limitada para compensar as perdas.
Entre as maiores altas do Ibovespa ficaram OGX Petróleo ON (+9,47% a R$ 10,06);
MMX Miner ON (+8,22% a R$ 6,45); Rossi Resid ON (+8,06% a R$ 4,96); Cyrela
Realt ON (+7,44% a R$ 15,30) e Klabin PN (+7,37% a R$ 9,03).
Na contramão terminaram Localiza ON (-3,82% a R$ 30,68); Usiminas PNA (-3,47% a
R$ 7,51); Usiminas ON (-2,55% a R$ 8,02), Gafisa ON (-2,29% a R$ 2,13) e Telef
Brasil PN (-1,64% a R$ 47,30).
Dentre as ações com maior peso na carteira teórica (que vigora de 7 de maio a
31 de agosto) a Vale PNA (Vale5) subiu 3,06% a R$ 37,05; a Petrobras (PETR4)
teve alta de 2,02% a R$ 19,18; a OGX Petróleo ON avançou 9,03% a R$ 10,02;
Itauunibanco PN (ITUB4) valorizou 0,29% a R$ 27,80; e PDG Realt ON subiu 3,10%
a R$ 3,33.
Fonte: www.ultimoinstante.com.br